Elementos técnicos de Aimores: A represa que inundou Itueta

A idealização da Usina Hidroelétrica – UHE Aimores teve início durante o governo Itamar Franco, a princípio seu projeto previa a construção da barragem no Espírito Santo no município de Baixo Guandú e sua represa ocuparia parte do ES e parte do território de Minas Gerais. Após a requisição do IBAMA (órgão licenciador do empreendimento) de readequação do projeto com a finalidade de reduzir os impactos previstos, o andamento da construção e licenciamento da UHE Aimores permaneceu parado até que o ex-presidente Itamar Franco assumisse o Governo de Minas Gerais. Especula-se quanto aos aspectos políticos do empreendimento, uma vez que a readequação do projeto com a construção da barragem em um trecho a montante (em trecho anterior do curso do rio) do ponto onde havia sido inicialmente planejada, favoreceria a arrecadação de impostos de Minas Gerais.

Desse modo, apesar dos impactos negativos, o novo traçado prejudicou o Espírito Santo, na perspectiva de que os impostos gerados pela produção de energia ficam retidos na unidade territorial onde esta localizada a barragem, ou seja Minas Gerais. Soma-se a isso o fato de que um trecho do Rio Doce na altura do muncípio de Baixo Guandú perdeu a maior parte de sua vazão original. Isso correu porque o projeto da UHE Aimores apresenta algumas diferenças da hidroelétricas tradicionais: Para a realização do empreendimento foi construído um canal artificial para deslocar a maior parte da agua do Rio Doce até uma Casa de Maquina que é onde ficam instalados os geradores de energia; Em função do deslocamento do rio, parte do trecho original perdeu grande parte de sua vazão, ou seja, o volume de agua que passava por aquele trecho foi reduzido em mais da metade.

Desse modo, redução da vazão do rio em determinado trecho, apesar das medidas mitigatórias requeridas pelo órgão ambiental, implicaram a princípio: Na perda do potencial de irrigação da região; Na redução da capacidade de descedentação de animais; na destruição de divisas naturais entre propriedades e; Não houve nenhuma compensação financeira para os proprietários de terras no entorno deste “trecho de vazão reduzida” em decorrência da depreciação do valor da terra.

Barragem UHE Aimores 01: Posição da Barragem, com a Casa de máquina na divisa entre MG e ES.
Fonte:ONG Alma do Rio - http://www.almadorio.org.br/represa.htm

Barragem UHE Aimores 02:
Novo curso do rio, deslocado para a Casa Máquina.
Fonte:ONG Alma do Rio - http://www.almadorio.org.br/represa.htm

Barragem UHE Aimores 03:Casa de Máquina.
Fonte: Equipe IEMA

Barragem UHE Aimores 04: A área composta por pedras e areia é o espaço em que a vazão original do rio ocupava, o pequeno volume de agua no centro da fotografia demonstra a quantidade de agua que permanece.
Fonte: Equipe IEMA

Barragem UHE Aimores 05: Extração de areia no trecho de vazão reduzida para construção de pequenas edificações.
Fonte: Equipe IEMA

Barragem UHE Aimores 06: Formação de poças de agua no entorno do trecho de vazão reduzida, espaços potenciais para procriação de mosquitos
Fonte: Equipe IEMA

Barragem UHE Aimores 06: trecho de vazão reduzida.
Fonte: Equipe IEMA

postado por: Artur Dalla

2 comentários:

Tutu disse...

Tenho os estudos de impacto ambiental da barragem de Aimores. A partir deles da para saber como foi construida a "verdade", quais foram os criterios de seleção, para saber porque o empreendimento foi permitido!!!

Ab

Tutu disse...

Blog parado...